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Encontro Transfronteiriço fortalece alianças e divulga diagnóstico com estratégias de indígenas do Acre e do Peru

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“Um intercâmbio muito importante, de troca das experiências com lideranças indígenas que circulam em regiões tanto do lado do Brasil como no do Peru. Um momento de reflexão e respeito. Estamos lutando, nós mesmos, pela proteção e o desenvolvimento das nossas comunidades”. Essas foram algumas das impressões de Francisco Piyãko, liderança do povo Ashaninka e coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), sobre a 4ª Reunião da Comissão Transfronteiriça Yurúa/Alto Juruá/Alto Tamaya (Peru-Brasil). 

Durante o encontro – ocorrido entre os dias 23 e 24 de fevereiro, em Puerto Breu, no Peru -, foi compartilhado o Diagnóstico Transfronteiriço: Fortalecimento das estratégias e ações dos povos indígenas dos rios Yurúa, Alto Tamaya (Peru) e Alto Juruá (Brasil), finalizado em dezembro de 2022, e que está sendo lançado este mês, com um levantamento de desafios e propostas feitos por essas populações.

O documento tem como objetivo potencializar a atuação e a articulação dos povos e organizações indígenas dessa região para que se construam estratégias e ações conjuntas que visam à conservação da Amazônia e à promoção dos direitos dos povos indígenas. O documento também traz os resultados do levantamento e sistematização de informações obtidas em três encontros estratégicos anteriores (ocorridos entre 2021 e 2022).

Lideranças e moradores de diversas comunidades nativas do Peru e terras indígenas do Brasil estiveram presentes nesses encontros, que reuniram ao menos 230 pessoas entre representantes de 15 povos que vivem no Acre (Brasil) e Ucayali (Peru): Ashaninka, Ashéninka, Yanesha, Amahuaca, Chitonahua, Yaminahua/Jaminawa, Apolima Arara, Kuntanawa, Huni Kuin/Kaxinawá, Katukina, Sharanawa, Nawa, Puyanawa, Nukini e Shipibo-Conibo.  

“Estamos atentos e preocupados sobre problemas como a abertura de estradas, a mineração e outras atividades ilícitas que ocorrem nessas fronteiras, que são muito desprotegidas. Daí a importância de unificar nossos povos e todas as lideranças para que, juntos, a gente faça um encaminhamento para colocar em prática proteção e desenvolvimento, a partir das nossas realidades”, afirmou Francisco.

Na declaração firmada por todas as lideranças presentes no encontro, foi reiterado o compromisso de seguir o caminho do desenvolvimento sustentável e o de construir uma agenda de desenvolvimento para a região. “Reafirmamos o nosso desejo de desenvolver os nossos povos e a região fronteiriça e que não somos contra o desenvolvimento, mas queremos que este sirva os nossos objetivos e interesses”, disseram as lideranças na declaração conjunta.

Ainda de acordo com a declaração conjunto, o objetivo é encontrar alternativas à depredação das florestas, à exploração madeireira, ao tráfico de drogas e a outras atividades ilegais que trazem impactos negativos para as comunidades. “Queremos oportunidades para os nossos filhos que, devido à falta de trabalho e educação, abandonam a comunidade, para que as mulheres possam promover o desenvolvimento das suas comunidades, a proteção da família, a saúde e a educação das nossas crianças e jovens.”

A expectativa das lideranças é a de que autoridades governamentais peruanas e brasileiras e as instituições parceiras acompanhem e apoiem a agenda, no sentido de fortalecer os líderes para que eles possam ser os protagonistas do próprio desenvolvimento. 

Trabalhando em conjunto

Para Wewito Piyãko, Presidente da Apiwtxa (Associação Ashaninka do Rio Amônia), “as organizações e comunidades reunidas precisam trabalhar juntas para desenvolver a própria economia sem depender dos outros.”

Clique aqui para baixar a íntegra do Diagnóstico.

Organizações que compõem a Comissão Transfronteiriça/Yurúa/Alto Juruá/ Alto Tamaya:

  • Associação Ashaninka do Rio Amônia – APIWTXA
  • Asociación de Comunidades Nativas para el Desarrollo Integral de Yurúa Yono Sharakoiai – ACONADIYSH
  • Organización Regional AIDESEP Ucayali – ORAU
  • Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá – OPIRJ
  • Asociación de Conservación Comunal Yurúa – ACCY
  • Asociación Ambiental de la Comunidad Ashéninka Pocharipankoky Pikiyaco Yurúa – AACAPPY
  • Comitê de Vigilância da Comunidade Nativa Sawawo-Hito 40
  • Instituto Yorenka Tasorentsi
  • Associação Ashaninka de Rio Breu – AARIB 
  • Associação Kaxinawá do Rio Breu – AKARIB
  • Associação Jaminawa Arara do Rio Bagé – AJRBI 
  • Associação Arara do Rio Amônia – ARARA 
  • Organização do Distrito Indígena Masisea – ORDIM
  • Federação das Comunidades Nativas do Purús – FECONAPU
  • Associação Agroextrativista Puyanawa Barão Ipiranga – AAPBI
  • Upper Amazon Conservancy – UAC
  • Associação ProPurús
  • Comissão Pró-Índio do Acre
  • Projeto NASA-SERVIR – University of Richmond- Amazon Borderlands Spatial Analysis Team (ABSAT)

 


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